Pipas prejudicaram mais de 4 mil pessoas em 2020

 Pipas prejudicaram mais de 4 mil pessoas em 2020

 

Apesar do isolamento social causado pelo coronavírus, a brincadeira de soltar pipa continua entretendo crianças e jovens, mas é preciso muita cautela para não causar acidentes com a rede elétrica. Neste período do ano, essa prática costuma ganhar mais força em função da característica do período, onde os ventos são mais fortes. Contudo, apesar de parecerem inofensivas, elas podem causar acidentes e desligamentos acidentais na rede elétrica e também acidentes fatais com quem as soltam. Somente em 2019, incidentes com pipas causaram 1.771 ocorrências, que prejudicaram cerca de 504 mil clientes da Companhia Mineira de Energia Elétrica. Apenas nos 04 primeiros meses deste ano, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, foram registrados 21 desligamentos provocados por pipas na rede elétrica, que prejudicaram 4.140 clientes da Cemig. O principal causador de ocorrências no sistema elétrico é o cerol, uma mistura cortante feita com cola, vidro e restos de materiais condutores que pode cortar os cabos da rede elétrica e causar acidentes com a população. Além disso, muitos curtos circuitos são provocados pela tentativa de retirada de papagaios presos aos cabos.

 

Outro grande causador de ocorrências e que vem se popularizando nos últimos anos é a linha chilena. João José Magalhães, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, destaca que esse produto industrializado, que é produzido com materiais mais abrasivos que o cerol, nunca deve ser utilizado porque pode cortar a mão de que solta, cortar os cabos da rede elétrica ou causar mutilação em motociclistas. “Esse tipo de linha é muito mais cortante do que o cerol comum, e infelizmente é possível adquirir este material de origem estrangeira pelo mercado paralelo e até pela internet, o que contraria a legislação”, destaca o gerente da Cemig.

 

Vale ressaltar que a lei estadual 14.349/2002 proíbe o uso de cerol ou de qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas, de papagaios, de pandorgas e de semelhantes artefatos lúdicos, para recreação ou com finalidade publicitária, em todo o território do Estado de Minas Gerais. Quem for flagrado usando cerol ou linha cortante está sujeito ao pagamento de multa, que varia de R$ 100 a R$ 1,5 mil, podendo ser agravada.

 

Isolamento social – Em função da pandemia do novo coronavírus, João José Magalhães destaca que os pais devem supervisionar as crianças e jovens na brincadeira. “É fundamental que sejam escolhidos locais descampados, longe da rede elétrica e, principalmente, evite aglomerações. A brincadeira é sadia, mas precisamos ter ainda mais cuidado em um momento em que todo o mundo está alerta em função do coronavírus”, destaca. Na região do Triângulo e Alto Paranaíba os dados são separados por: em 2019 foram 24 ocorrências entre janeiro e abril, e 2.869 consumidores afetados; já em 2020 nos quatro primeiros meses ocorreram 21 registros e 4.140 pessoas afetadas.

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