Minas Gerais investe em 20 mil testes para Covid-19

 Minas Gerais investe em 20 mil testes para Covid-19

 

Feitos com materiais nacionais, kits serão aplicados em inquéritos sorológicos, permitindo análises mais baratas e mais precisas. Para conhecer ainda mais a prevalência de anticorpos da população para o coronavírus no estado, o Governo de Minas adquiriu 20 mil testes para uso em uma validação de campo dos protótipos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas). Os testes sorológicos serão usados para detecção de anticorpos para o vírus, contribuindo para a realização de inquéritos sorológicos em grupos específicos de instituições de longa permanência (ILPI), unidades prisionais e sistema socioeducativo. “É uma investigação que vai contribuir para o controle do vírus no estado. Além de tudo, é um teste barato, feito com tecnologia nacional”, ressalta o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral.

 

O kit sorológico IgG para a covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG e Fiocruz Minas, por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT Vacinas). O teste, feito com material 100% nacional, é baseado no método Elisa – sigla, em inglês, para ensaio de imunoabsorção enzimática – que se destaca por ser mais sensível do que os exames rápidos, o que evita falsos negativos. O investimento inicial do Estado de Minas Gerais para o desenvolvimento do teste, na fase de pesquisa, foi de R$ 164 mil, sendo esse valor repassado ao CT Vacinas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), com contrapartida da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG) no valor de R$ 20 mil reais.

 

De acordo com a coordenadora estadual de Laboratórios e Pesquisa em Vigilância da SES-MG, Jaqueline Silva de Oliveira, a principal diferença desses materiais para os testes rápidos usados hoje pelo Estado é que a análise é feita em laboratório, o que garante mais precisão e qualidade para os resultados. “É um teste que deve ser feito após 14 dias do início dos sintomas, já que o objetivo é saber se a pessoa desenvolveu ou não anticorpos para a doença. A coleta de sangue é enviada para laboratório, sendo analisada por equipamentos tecnológicos, o que garante diagnósticos mais precisos”, afirma.

 

Outra vantagem dos exames é o preço. Para a produção dos 20 mil kits dos protótipos que serão usados pelo Estado, o repasse foi de R$ 250 mil, o que resulta em um valor por teste de R$ 12,50. Jaqueline lembra que Minas Gerais recebeu do Ministério da Saúde os testes rápidos usados atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esses testes rápidos são importados e estavam inflacionados no mercado. O Estado tentou comprá-los, mas no início da pandemia, o preço de cada teste chegava até R$ 200”, afirma.

 

Distribuição. Com produção local, consequentemente mais barata, a expectativa é de que os testes contribuam para as políticas públicas referentes ao controle do vírus. A princípio, 20 mil testes serão distribuídos para os laboratórios das macrorregionais. Eles serão usados em grupos prioritários de instituições de longa permanência (ILPI), unidades prisionais e sistema socioeducativo.

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