Araxá passa por operação do Cira que combate a sonegação fiscal no gado bovino

 Araxá passa por operação do Cira que combate a sonegação fiscal no gado bovino

Foto: Arquivo Diário Sintonia

A força-tarefa do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), formada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), pela Receita Estadual e pela Polícia Militar, realizou, na manhã desta quinta-feira, 10 de fevereiro, a operação “Deus Pã”, que tem como objetivo combater a sonegação de impostos no setor de cria, recria, engorda e comercialização de gado bovino.

Os alvos da operação são pecuaristas, comerciantes de gado e empresas leiloeiras dos municípios de Araxá e Ibiá, na região do Alto Paranaíba, com 14 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão, que estão sendo cumpridos ao longo do dia de hoje. A operação recebe o apoio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Uberaba.

De acordo com as investigações, nos últimos cinco anos, os alvos da operação teriam fraudado o nascimento de 12.763 cabeças de gado, que foram “comercializadas” em seguida. Somente um dos alvos comercializou mais de R$ 65 milhões em gado bovino nesse período.

A fraude investigada consiste, basicamente, na aquisição de gado bovino sem nota fiscal e simulação de nascimentos de crias (bezerros e bezerras) para acobertar as vendas dos animais adquiridos sem o documento fiscal e lavar o dinheiro da operação. Com isso, o gado adquirido sem origem passa a ser documentado na hora da venda. Além disso, o dinheiro que circulou clandestinamente na compra do animal sem
origem passa a ter aparência de legalidade em razão das vendas com as notas fiscais. Para alcançarem o “milagre da multiplicação” dos rebanhos, os fraudadores, que, normalmente, são arrendatários ou proprietários de pequenas glebas de terra, usavam
de vários artifícios.

As apurações identificaram situações como nascimento de bezerros onde não havia vacas; vacas que pariram 2,5 bezerros de cada vez; vacas que pariram em uma fazenda e, um mês depois, pariram novamente, em outra propriedade; bezerros comercializados sem as mães, dez dias após terem nascido; rebanhos que só pariam animais do sexo masculino; bezerros que com uma semana de vida já são promovidos
a animais com idade superior a 12 meses de idade; dentre outras fraudes.

O Brasil tradicionalmente tem o maior rebanho bovino do mundo, destacando-se Minas Gerais entre os quatro maiores Estados do setor econômico. A pecuária movimenta Bilhões de reais anualmente e a Receita Estadual suspeita que a prática dessa modalidade de fraude seja disseminada por todo o Estado de Minas Gerais.

Fonte: Cira

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